segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ORTODOXOS SERÃO MAIORIA?


ORTODOXOS SERÃO MAIORIA?



Com o aumento acelerado da população religiosa ortodoxa em Israel, cresce o número de casos de choque entre esta e os que não seguem à risca os mandamentos da “halachá”, leis básicas do judaísmo. Pela Halachá,  todos têm que cumprir à risca as leis religiosas, sob pena de não ir juntar-se ao Todo Poderoso após a morte. Alguns exemplos para o leitor entender melhor o problema: O religioso ortodoxo  não pode acender fogo ou trabalhar desde o anoitecer de sexta até a noite de sábado. Quando se diz acender fogo, isto quer dizer também não ligar motor algum como elevadores, carros, etc. O castigo para o desrespeito às leis do shabat deve ser punido com a morte. (Olhem a Halachá. Está lá preto nobranco). 

O “Shabat” começa ao surgimento da 1ª estrela na noite de sexta e vai até a 1ª estrela de sábado ao anoitecer;

Nestes dias, que incluem os feriados de cunho religioso, não há condução coletiva, proibido ver TV ou, sequer ligar qualquer aparelho elétrico; jamais; andar para longe de casa, não pode porque tendo que voltar, já é considerado trabalho;  obrigação de rezar pelo menos duas vezes por dia, esteja onde estiver, vestir-se com “modéstia”, quer dizer para mulheres, nada de decotes, ou calça jeans ou saia acima do joelho, raspar a cabeça após o casamento, etc. Pintar-se com leveza. 

Os homens devem vestir preto, paletó e camisa branca e chapéu de abas largas também preto. E mais centenas de regras, obviamente difíceis de seguir no mundo  atual, veloz, livre e virtual. Em vista deste rigor, as duas comunidades de Israel, o ortodoxa e a leiga, não podem viver em paz no mesmo bairro, ou cidade de pequeno porte. 

Os ortodoxos não só obedecem , mas querem que seus vizinhos também obedeçam.  Dizem sentir-se mal na presença de alguém “diferente, que vive em pecado” a seu lado. E temem ser castigados por consentir. Sim, temem, por que sendo toda religião baseada nos medos humanos da morte, doenças, acidentes, etc, etc,´por via das dúvidas...é bom obedecer.

Por tudo isto, preferem viver em seus bairros. Em Jerusalém, no Mea Shearim e arredores ou Bnei Brak na região de Tel Aviv.





Neste dois bairros, dado que um casal tem em média 8, 9, a 10 de filhos, a população está “saindo pelo ladrão” como se diz ai.  Por isto estão procurando outros lugar para morar. 

Separados dos pecadores, se possível. 


Israel, porém, tem problema grave de moradia. O preço dos imóveis é relativamente alto e esta é uma população, em geral, destituída de recursos.

A OCUPAÇÃO ORTODOXA

Para os territórios ocupados, por enquanto, os ortodoxos não vão.  A situação porém, também os levará para lá. A ocupação ortodoxa será bem vinda pelos árabes/muçulmanos. Um ortodoxo não deseja governar nem morar num estado judeu. Só após o Messias.

Quando um caloteiro em Israel não paga, dizem que pagará quando o Messias chegar, ou seja, nunca. Querem que os deixemos em paz para garantir a próxima vida, esta sim um paraíso. Desejam, apenas sobreviver em seu sistema, como nos shteitle da Europa. Até o dia que um ditador muçulmano resolva expulsá-los ou liquidá-los. Ai gritarão “guevald” ou dirão “Shmá Israel”.

Mas, como não chegamos lá ainda, o sistema agora é o seguinte: Escolhem uma cidade mais pobre onde os preços dos imóveis ainda são mais baixos e mudar para lá.

Em minoria, no começo. Aos poucos vão chegando mais e mais ortodoxos e suas imensas famílias. O útero da mulher religiosa faz o resto e se tornam maioria. 

Ai, elegem o prefeito que coloca em prática leis de zoneamento bem frouxas que permitem o aumento da metragem dos apartamentos já prontos. Num prédio de religiosos não há garagem para carros.

O espaço é aproveitado para mais algumas unidades. Como não primam pela limpeza fora de casa, as ruas, os bairros e própria cidade são sujas e mal tratadas. A população leiga vai embora e vende sua moradia abaixo do preço. 

Beit Shemesh, uma cidade aos pés da subida da serra para Jerusalém, foi colocada na mira pelos ortodoxos. Que vieram aos poucos e agora são maioria. Elegeram o prefeito este ano. 

Os habitantes leigos estão em pé de guerra,  incomodados. Suas mulheres são obrigadas pelos passageiros masculinos a sentar nos fundos. No estlo “lugar de mulher é na cozinha e na cama, uma perna prá cá, outra prá lá". Os leigos estão em guerra, mas sabem que vão perder. Com suas imensas famílias crescendo, os ortodoxos terminarão tomando conta. 

Estes pios judeus,  aproveitam a democracia, cujas leis não respeitam. Para eles, o que vale é o que está na Torá. O resto é coisa de goy que não merece respeito.

O que vejo leva a crer que, em 20 ou 30 anos, os ortodoxos serão maioria no país. Como não servem nas forças armadas, serão fracos e destruídos ou ocupados pelos vizinhos árabes/muçulmanos. Para os ortodoxos, porém, não fará muita diferença. 

Eles não gostam do Estado de Israel que só deveria existir após chegada do Messias. E agora? E os outros judeus que desejam viver em paz em seu próprio Estado? 


Perguntemos ao rabino, cuja maioria enquanto não está enganado os otários com seus milagres e cobrando por isto, ou roubando os cofres públicos igualzinho aos malditos incréus, ele saberá a resposta. Yó!*


*Só para demonstrar, no momento: O ex rabino MOR Ashkenazita de Israel, Yona Metzger, está sob prisão preventiva domiciliar por “meter a mão” nos cofres públicos. Um dos mais respeitados rabinos do país, Eliezer Berland, o big shot da seita Braslav, está fugido do país e refugiado no Marrocos. Diz a polícia que meteu a mão. Não naquele lugar, mas na grana da Yeshivá que presidia.

Sei que ai no Brasil os rabinos se comportam. Não têm poder. Aqui é diferente. 

Um comentário:

  1. Catastrófico é quando a religião domina a política e a sociedade. Dela só se deve extrair a ética (e todas têm algo ou muito de ético em seus textos). O resto - violência, castigos contra "infiés"e "impuros etc. - vai para a lata de lixo da história. Por isso é que deveriam ensinar filosofia e não religião nas escolas

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