sexta-feira, 30 de maio de 2014

ONDE ISRAEL É IRMÃO GÊMEO DO BRASIL
Por David Tabacof – Tel Aviv



No próximo dia 10/06 (2 dias antes da abertiura da Copa) o Parlamento de Israel deverá escolher um novo presidente. No sistema parlamentarista de Israel a eleição de um novo presidente está longe de ter a importância que tem no Brasil ou EUA. Aqui, o cargo tem caráter quase que puramente representativo se bem que, dependendo do caráter e temperamento do escolhido, ele pode ser ativo e ir bem além de mera representatividade. Shimon Peres, que está deixando a presidência aos 91 anos de idade, foi um exemplo de primeiro mandatário hiper ativo. O apelido de Peres na mídia daqui é uma versão hebraica de “Shimon está em todas”. E realmente, o homem é/foi um dínamo. Já vi Peres chegar do Japão (mais de 10.000 km) no dia seguinte já está em seu gabinete despachando. É também uma questão de saúde. Peres fez um bom trabalho e aumentou o respeito a Israel e a si mesmo. É visto como uma voz de moderação e favoravel a concessões para trazer a paz.
Esta noite, vi Peres no noticiário da TV ao lado de Bibi e outros, na solenidade do Dia de Jerusalém. Pela primeira vez, achei que Shimon deu uma boa envelhecida (esta foi a minha impressão) comparado com antes da visita do Papa. Estava com aspecto cansado como, aliás, deve ser o de um homem de sua idade no fim do dia. Além disso, parecia enfadado com mais uma cerimônia, Como a dizer “basta de solenidades, Não tenho mais “saco” para tantos discursos, inclusive os meus”. A maratona da visita do Papa, não foi passeio. Afinal, o Papa é o Papa, líder (formal) de mais de um bilhão de católicos em todo o mundo. E com a imagem de Israel no chão tornava-se necessário que saísse com boa impressão do Estado judeu. Peres, aliás, parece que se entendeu muito bem com o Papa argentino. Não paravam de conversar. Dizem que Peres é bom de papo e sempre tem boas histórias para contar. Já viu e ouviu tanta coisa que, dependendo do freguês, tem sempre uma boa história para contar.
Mas voltando à escolha do novo presidente. O mandato do Presidente em Israel é de 7 (sete) anos. O que leva à conclusão óbvia que o eleito não pode pegar o cargo quando já está avançado na idade. E tem que ter saúde. E, convenhamos, Peres já deu o que tinha que dar. Basta! Chegou a hora mudar, mesmo sabendo que se dele dependesse, ficaria até morrer como nas monarquias.

SALVO SURPRESA, OS MAIS INDICADOS ESTÃO FORA DO PÁREO

Dan Shechtman- Nobel de Química 2011
Com as inscrições de candidatos fechadas esta semana seis são os pretendentes. Quatro políticos (membros de Knesset) e dois que jamais foram políticos: o Professor Dan Shechtman, ganhador de um Prêmio Nobel de Química há 3 anos (2011) E a juíza Dália Dorner, ex ministra do Supremo de Israel (aposentada). Os outros 4 são raposas velhas da política local. Todos, comparados com os 2 citados acima, sem maior expressão. Agora a pergunta é: entre os 6, qual ou quais são os mais qualificados a representar Israel no momento que o Estado judeu está sendo atacado pela mídia mundial como aquele que impede a paz, ocupa territórios alheios e mata? Para mim, a resposta é óbvia. Estou com Ben Gurion que convidou Einstein para ocupar o cargo de presidente de Israel, pelo prestígio de seu nome. Também agora o professor Nóbel de Química, Dan Shechtman. seria o indicado. Também a juíza, se quiserem acompanhar o nova tendência da política mundial
Quando o nome de Shechtman foi lançado, pensei imediatamente “eis um nome que pode recuperar um pouco  o prestígio e o respeito para o Estado dos judeus”. Vã esperança.

PERES FEZ UM BOM TRABALHO

1.    


Peres fez um bom trabalho por ser respeitado em todo o mundo e percebido como moderado  e favorável a concessões para trazer a paz. Claro que o nome adequando seria o de Shechtman. Mas, adequação, em política, tem pouco valor. Infelizmente, políticos são políticos, e o mais cotado é Moshé Rivlin, ex-Presidente do Knesset, um politiqueiro e homem da direita moderada apoiado por Nataniahu.
Inacreditavelmente, o prof Shechtman, por pouco, não conseguia as 10 assinaturas de parlamentares necessárias a se lançar candidato. Pode haver 2º turno se nenhum dos candidatos conseguir 50% mais 1. Ai, ainda tenho uma tênue esperança que os Sarneys e Calheiros israelenses sejam derrotados. .
Como vocês vêm, existem coisas que fazem Israel paracer irmão gêmeo do Brasil.
LÍBANO, UM PAÍS BONITO E MODERADO FOI SEQUESTRADO PELOS RADICAIS MUÇULMANOS

O Patriarca Maronita Beshara al-Rai (C) segurando a cruz durante
sua visita a Birim, na Gliléia, próxima à fronteira com o Líbano (Photo: REUTERS)

Pela primeira vez na história do conflito árabe-israelense, esteve em visita a Israel o líder máximo dos Católicos Maronitas libaneses, o Patriarca Bishara Rai. Aproveitou a visita do Papa a fim de justificar a vinda. Precisou apresentar razões porque o movimento radical Hesbolá denunciou a visita como traição por colaborar e dar legitimidade ao “înimigo”. Bishara teve ainda que enfrentar uma entrevista à TV libanesa, Al Manar, pertencente aos islâmicos radicais. Na entrevista, Rai foi perguntado se ficava bem a um “patriota” libanês visitar Israel. O Patriarca, demonstrando personalidade, rechaçou as insinuações e reafirmou sua intenção de vir. Queria visitar algumas comunidades maronitas localizadas na região fronteiriça com o Líbano. Em meio à visita, correu a notícia, confirmada pela prisão de um terrorista por forças libaneses, que havia um complô para assassiná-lo. Por outro lado, é sabido em Israel que, se dependesse dos cristãos maronitas, reinaria a paz entre Israel e Líbano. Um dos problemas é a constante saída de cristãos libaneses de seu país (inclusive para o Brasil). Graças à maior taxa de natalidade, os muçulmanos se tornaram maioria. 
JESUS FALAVA HEBRAICO?
Falando com o Papa Franciscus, durante sua visita a Israel O New York Tomes informa que na semana passada, Bibi Nataniahu querendo, talvez, botar banca, disse que Cristo falava hebraico a mema língia falada hoje no país. O Pontífice replicou, corretamente, aliás,  que, pelo que ele sabia, Jesua falava aramaico, a língua franca falada em Israel (Palestina) naquele tempo. Um jornalista do Haaretz comentando o assunto escreveu que se o pai de Bibi, um historiador respeitado em Israel, ouviss e o que seu filho falou teria lhe dado uma bronca
Jesus Cristo, numa pintura bizantina. Aqui, ele tem cara de judeu.
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AMERICANOS LUTANDO NA SÍRIA PODEM VIRAR PROBLEMA
há mais de 70 cidadãos americanos na Síria lutando contra o regime de Assad. São todos favoráveis ao Jihad (Guerra Santa) contraos EUA. Um deles axecutou um atentado suicida no último domingo, tornand-se o primeiro cidadão americano a cometer este tipo de atentado.]
A preocupação é que na voltaa aos EUA continuema se dedicar ao terrorismo. Existem cerca de 3.000 jovens vindos de países ocidentais lutando ao lado dos opositores a Assad. A preocupação é com sua volta a seus países de origem doutrinados que poderão se voltar e promover ataques terroristas em casa.




segunda-feira, 26 de maio de 2014

O RACISMO VERGONHOSO DA ESPANHA


O RACISMO VERGONHOSO DA ESPANHA
Quando meu neto israelense virou um fanático torcedor do Maccabi Tel Aviv, acompanhando de perto e indo ao estádio quando seu time atua, achei positivo. 

Pensei comigo “é melhor do que se dedicar a outras atividades de lazer que podem levar a maus resultados”. 

Estes dias, estou repensando o assunto. 

Pelo menos quando se trata da Espanha e seus torcedores. Na semana passada, o Maccabi Tel Aviv derrotou, na Espanha, a equipe de basquete do Real Madrid, tornando-se campeã da Europa na modalidade. Vitória bonita e muito comemorada em Tel Aviv, levou multidão à praça Rabin, tradicional lugar de comemorações da cidade. 

A vitória da equipe israelense, porém, provocou uma onda de ataques anti-semitas quando  nada menos, segundo o New York Times, de 18.000 mensagens  anti judaicas foram postadas na rede Twitter. Até Hitler apareceu como “vingador da honra” espanhola. E, de fato, a Espanha está dando vexame quando se trata de liberalidade racial.


A equipe de basquete do Maccabi Tel Aviv


Dias antes, o craque brasileiro do Barcelona, Dani Alves deu uma lição na torcida do Villa Real ao comer, sem piscar, uma banana atirada contra si na hora de cobrar um córner contra o adversário. 

A banana destinava-se a comparar o jogador baiano a um macaco. O craque, porém, não perdeu a calma continuando a jogar sem se alterar, chutando um belo tiro de canto. O ato racista, que foi transmitido pelas TVs de todo o mundo, saiu pela culatra provocando uma onda de solidariedade e condenação a este ato racista e anti-esportivo da torcida espanhola. 

O gesto de Alves foi aplaudido em todo o mundo. Por isto, estou repensando meu conceito de amor pelo esporte como algo saudável para as crianças. Após verificar as atitudes da público esportivo espanhol fiquei com vergonha. Principalmente, em meu caso já que fui torcedor do Galícia, o time da colônia espanhola da Bahia. 

O gesto de Dani Alves (comer a banana e calmamente continuar a jogar) foi repetido na mídia nos 4 cantos do mundo. Esportistas e políticos foram filmados descascando e comendo uma banana num gesto de solidariedade ao jogador do Barcelona.


Daniel Alves- do E.C. Bahia para o Barcelona
Os espanhóis, porém, não são principiantes em matéria de racismo no esporte. Uma funcionária do Museu do Barcelona F.C. foi demitida quando uma câmera de segurança a captou fazendo gestos imitando macacos quando um jogador negro pegava na bola num jogo de 1ª divisão espanhola. 

A resposta anti racista inspirada pelo baiano Dani Alves foi repetida também fora da Espanha. Na Itália, que também tem visto algumas manifestações racistas no esporte, o próprio 1º ministro italiano, Matteo Renzi, comeu banana frenta às câmeras ao lado do técnico da seleção italiana, Cesare Pirandelli. 

Também na Itália, a polícia foi obrigada a intervir num treino no campo do Firenze E.C devido a cantos racistas dirigidos ao jogador Mário Balotelli, nascido na Itália, mas filho de imigrantes africanos (Ghana). Mário foi criado por uma família branca italiana, dai o sobre nome.

Também aqui em Israel já houve racismo no futebol. Os torcedores da Beitar de Jerusalém costumavam fazer gestos obcenos toda vez que um jogador negro pegava na bola. A Federação de Futebol de Israel suspendeu por um ano jogos em casa do Beitar e o desrespeito desapareceu.

Interessante que na pesquisa de opinião sobre o anti-semitismo, ou  anti judaísmo no mundo realizado pela Anti Defamation League da Bnei Brit e citado neste blog há poucos dias, os resultados mostraram que 29% dos espanhóis de hoje tendem a ser, ou são, anti-semitas. 

O fato de ter sido na Espanha que teve início a famigerada Inquisição no ano de 1492, não minorou o desgaste da Espanha frente ao mundo civilizado. Será que os espanhóis não aprenderam a lição? Recuso-me a acreditar que os espanhois concordem com atitudes deste tipo. 

Tanto assim, que Esteban Ybarra, presidente do Movimento Contra a Intolerâcia na Espanha, declarou a propósito de racismo, ter identificado nada menos de 1,500 sites, páginas ou blogs que promovem o racismo e o anti-semitismo em seu país, comparados com 300 a 400, há 5 ou 6 anos. 

Ybarra atribuiu o crescimento do racismo em seu país ao  relativo sucesso político-eleitoral de partidos ultra-direitistas na Hungria e Grécia. Será que a Espanha está com saudades do ditador Francisco Franco, um fascista para ninguém botar defeito que dominou a país ibérico durante  quase 40 anos.


Gal. Francisco Franco

Quando esta matéria já estava pronta chegou a notícia do atentado ao Museu Judaico em Bruxelas que deixou 4 mortos, entre eles 2 israelenses. O que reforça ainda as conclusões da pesquisa da ADL examinada acima.