SEQUESTRO
AINDA SEM SOLUÇÃO
Os 3 jovens
(dois de 16 e um de 19 anos) sequestrados quando voltavam para casa na noite do
dia 12 de junho último, à noite, ainda não foram encontrados.
Supõe-se que
tenham pegado uma carona com desconhecidos numa estrada nos territórios
ocupados (Cijordânia) onde fica a yeshiva onde estudavam e moravam no regime de
semi-internato. Após uma semana na yeshiva voltavam para casa a fim de passar o
shabat.
Nenhuma
organização assumiu o rapto.
O governo
Netaniahu acusou o Hamas, o suspeito habitual. Mas não pode provar, inclusive
porque ainda não apareceu o sequestrador ou sequestradores.
Por via das
dúvidas, procurou jogar a culpa no Hamas já que não acredita que a Autoridade
Palestina permitiria tal ato. Pelo contrário, a polícia palestina (de Abbas)
colabora com Israel e acompanha de perto as buscas. Esta semana, numa reunião
da Organização da Cooperação Islâmica na Arábia Saudita o presidente da AP,
Mahmud Abbas, fez um discurso surpreendente.
Declarou
frente a delegados de 57 países de maioria muçulmana, que “este sequestro é
contra- producente e uma agressão à Autoridade Palestina.” Naturalmente, estas
palavras causaram reações negativas entre diversos países árabes presentes que
chegaram a acusar Abbas de “colaborador com a ocupação sionista”.
Algo
semelhante aconteceu na reunião da Comissão de Direitos Humanos da ONU, quando
a mãe de um dos sequestrados acabou de falar, imediatamente os delegados do
Líbano e Egito atacaram a oradora denunciando a ocupação como o verdadeiro
responsável pelo sequestro.
Como os
sequestrados e suas famílias vivem em colônias na Cijordânia não está havendo
unanimidade na condenação ao rapto. Um jornalista de esquerda moderada acusou os
próprios colonos pelo sequestro, afirmando que a contínua contrução e/ou
ampliação das colônias que levaria fatalmente a este tipo de reação.
Os 3
sequestrados:
RADICAIS
ÁRABES GANHAM FORÇA
Na verdade,
os acontecimentos na região fortalecendo os radicais árabes no Iraque e na
Síria estão provocando um ambiente de pessimismo generalizado em Israel. Este
fim de semana, dois articulistas de esquerda do Haaretz publicaram artigos
muito pessimistas sobre as perspectivas de paz.
Alguns se
perguntam hoje “e se Israel tivesse devolvido o Golâ à Síria e recuado para as
fronteiras de 67?” Há uma sensação de desesperança na paz. E não sem razão. O
crescimento do radicalismo islâmico é visível.
E não
especialmente com relação a Israel. De qualquer maneira, quando chegar,
por exemplo, a hora de falar em Jerusalém, a possibilidade de acordo é
zero. Sem falar em outros cenários nada agradáveis.
O surgimento
de organizações ultra radicais islâmicas na Síria e no Iraque pintam de negro o
cenário. Não que a segurança de Israel esteja seriamente ameaçada. Mas,
complica uma situação já muito complicada.
Ontem, os
americanos anunciaram a possibilidade de bombardear forças radicais muçulmanas
atuando no Iraque.
CURTAS E BOAS
A) Um série de programas de TV especiais sobre a
comunidade ortodoxa de Israel mostrou que os ultra ortodoxos estão em crise. Há
um número crescente de gente abandonando a ortodoxia. Uma família de 9 pessoas
(casal + 7 filhos) foi entrevistada e se diz feliz com a decisão. “Foi como
sair da prisão”, disse a mãe.
B) Prisioneiros palestinos que estavam fazendo greve de
fome decidiram parar e comer. A greve era protesto contra a demora de levar a
julgamento alguns detentos.
C) O ator Michael Douglas e a mulher, a não menos famosa
Catherine Zeta Jones, estão em Israel a fim de comemorar o Bar Mitsva de seu
filho. A rigor, seu garoto não é judeus já que Zeta Jones é cristã. Mas o velho
Kirk, avô do menino insistiu e o filho Michael obedeceu.
D) O Presidente Shimon Peres, prestes a deixar o cargo
para Rubin Rivlin, vai a Washington esta semana. No encontro com Obama vai,
mais uma vez, pedir ao presidente americano que perdoe o espião Jonathan
Pollard, preso há 28 anos.
E) Durante as buscas à procura dos garotos sequestrados
na Cijordânia 4 palestinos armados que impediram a entrada dos soldados em sua
casa, foram mortos. Mais de 300 ligados ao Hamas foram presos e trazidos para
Israel.
F) A expectativa de libertação dos sequestrados não é boa
já que diversos políticos israelenses importantes pretendem apresentar um
projeto de lei impedindo trocas de civis sequestrados por palestinos presos. Se
forem militares (soldados) a conversa é outra. No caso de Gilad Shalit, Israel
libertou 1.027 palestinos. Mais de 100 já voltaram à prisão por reincidência.
G) O povo americano está insatisfeito com a atuação de Barak Obama no que
diz respeito ao Iraque. Após uma guerra que custou a vida de quase 5,000
soldados americanos e 32.000 feridos, sem contar os milhares que apresentam,
até hoje, sinais de trauma pós- guerra. Até hoje muitos ianques se perguntam se
valeu o preço já que o único lucro visível foi o aprisionamento, condenação e
execução da Saddam Hussein. E o Iraque está novamente em perigo de cair em mãos
de islâmicos radicais.
Obama se dirige a seu carro numa
rua de Washington DC (cercado de guarda costas)