Após uma
parada para visitar a pátria amada, volto aos leitores.
Sobre o Brasil não
quero falar. Prefiro o silêncio.
Por 2 motivos:
1 - Já há gente demais falando no
assunto com fortes críticas ao governo atual e sua aparente complacência à
inacreditável corrupção que assola o país. Críticas com as quais concordo.
2 - A
esculhambação reinante em nosso país é de tal magnitude que se torna
inacreditável. Todos gritam e denunciam e todos têm razão. Só uma ressalva: o
super-faturamento em obras públicas e o enriquecimento ilícito não foram
inventados pelo PT.
Mas,
voltemos ao que interessa nesta coluna.
O QUE
ESTÁ POR TRÁS DA UNIÃO HAMAS - AP
Muitos
se surpreenderam com o súbito entendimento e talvez a formação de uma frente
única, entre os 2 movimentos palestinos mais importante, a Autoridade Palestina
e a organização islâmica, Hamas. A surpresa não é sem fundamento.
Afinal, ao
contrário da AP, o Hamas mantém, pelo menos publicamente, sua oposição à mera
existência de Israel. Mas, como é comum no mundo da política internacional, nem
sempre o que se diz publicamente representa a real posição da organização.
É
necessário, principalmente no Oriente Médio, região dos bazares do “pede
100 para deixar por 10”, buscar o que está, realmente, por trás das decisões.
O caso do Hamas, que governa Gaza, é típico. Claro que sendo radicais islâmicos
gostariam de fazer desaparecer o Estado que o judeus criaram na Palestina.
Mas
carecem de força e de apoio internacional afim de aplicar seus planos. Hoje, a
Faixa de Gaza está em situação muito precária tanto econômica como política.
Senão vejamos: Não possuem aeroporto. Israel bloqueia seu único porto marítimo.
Israel continua permitindo a entrada de produtos de 1ª necessidade e remédios
afim de impedir que a fome e as doenças dizimem a sua população.
Seus túneis
vindos do Sinai egípcio foram quase todos fechados pelo exército egípcio. E
assim Gaza se transformou numa espécie de prisão para seus próprios habitantes.
A crença absoluta em Alah, estimulada pelo Hamas, não mata a fome que vem do
estômago.
Há, naturalmente, muita instisfação popular e culpam o governo do
Hamas que culpa Israel. Dai a pergunta: o que pode fazer o Hamas? O
óbvio: arrumar uma saída mesmo às custas de sua crença que Israel não tem
direito à existência.
Uma crença, aliás, absurda frente à realidade de um
Estado de Israel super-potência militar e econômica regional. Enquanto em Gaza
reina a miséria minorada pelas contribuições de fora, Israel prospera e sua
população e renda aumentam.
Às
vezes, transitando nas auto-estradas e avenidas das cidades israelenses penso
que seria interessante trazer uma delegação de líderes do Hamas para um giro em
Israel afim de que constatassem como é absurda a sua pretensão de fazer Israel
desaparecer.
Estes líderes verão um país desenvolvido que multiplicou por 12 a
sua população desde a sua fundação, uma potência tecnológica de 1ª grandeza,
com 12 (doze) Prêmios Nobel recebidos, medicina avançada e inovadora, invenções
extraordinárias no campo da alta tecnologia, tendo relações diplomáticas com
157 países, inclusive China e Rússia.
Aliado dos EUA, etc. Se “wishful
thinking” (achar que o que querem terminará se concretizando) fosse uma
modalidade esportiva, os palestinos ganhariam as medalhas de ouro, de prata e
de bronze em qualquer Olimpíada.
Mas
voltando à suposta união entre o Hamas e a AP sobre a qual fui muito perguntado
no Brasil. O Hamas, simplesmente, acordou para a realidade. Quer ser conduzido
pela AP à pacificação com Israel.
Mas
como é que o Hamas muda de posição, sem perder a cara? Parece que encontraram o
caminho: entrar pela porta dos fundos nas conversações com Israel. A princípio,
dirão que continuam a se opor à existência do estado judeu.
Aos poucos vão
entrando nas negociações através da AP. Provavelmente como observadores já que
não fica bem negociar diretamente com o “demônio”. Mais tarde falarão em “real
politik”. E no fim, acredito, reconhecerão a realidade dos fatos que é a
existência de Israel.
ANTI
SEMITISMO NÃO SÓ PERSISTE. AUMENTA
Após
quase 70 anos do fim de 2ª Guerra quando o anti semitismo chegou ao áuge
(Holocausto) e matou mais de 6 milhões de judeus, o anti semitismo continua
vivo e forte no mundo.
“Pesquisa
mostra: 25% da população mundial tem idéias anti-semitas”. Esta foi a manchete do
jornal Haaretz da última 2ª feira. Os detalhes são os seguintes: O país com
menos preconceito é o Laos e os que mais odeiam os judeus estão na Cijordânia e
Gaza, como seria de esperar.
Manifestantes vestindo farda da
SS e portando a bandeiras da Alemanha nazista e da Grécia desfilam em Atenas em
9 de Outubro de 2012. Photo by AP
Como um câncer que resiste a
qualquer tratamento, atitudes anti-semitas continuam persisitentes e estão em
todo o mundo. “Mais de 1 em 4 adultos no mundo estão profundamente
afetados por atitudes anti semitas” concluiu o relatório da ADL (Anti
Defamation League) americana distribuido à mídia na semana passada.
O “ADL Global 100”, um índice de
anti semitismo no mundo, é feito através de perguntas a 53.100 adultos em 102
países. Nada menos de 26% manifestaram idéias anti-semitas, o que
correspondem a 1.09 bilhão de pessoas em todo o mundo.
O Diretor Geral da ADL, Abraham
Foxman, declarou após a apuração dos resultados: “Pela primeira vez a enquete
revelou quão persistente e difuso é o anti semitismo no mundo, hoje. Por outro
lado, podemos também identificar pontos e lugares onde o anti semitismo é
inexistente.
Apresentamos 11 perguntas aos
pesquisados,com a possiblidade de votar “Não é verdade”. “Provavelmente, verdade”
ou “verdade”. As perguntas foram do tipo: “os judeus querem dominar o
mundo? Eles são agressivos? Protegem um aos outros? São mais leais a
Israel? Controlam a mídia?. A partir da resposta “provavelmente é verdade”
foram considerados anti-semitas latentes ou reais.
CRÍTICAS À PESQUISA
A enquete, por exemplo, dá nota altamente positiva aos países escandinavos, alguns consideraram o resultado falho.
Alguns observadores como o rabino Abraham Cooper do Centro Wisenthal, não concordaram com parte e deu um exemplo: A Suécia foi considerada, praticamente, “limpa” de anti semitismo (apenas 5% foram considerados anti semitas), Cooper lembra que a cidade de Malmo, aparece na lista do Wisenthal Centre (não da ADL) como “não aconselhavel visitar”.
Observação: Malmo tem uma comunidade de apenas 700 judeus, enquanto ¼ da população da cidade de 304.000 ou 74.000 é constituída por muçulmanos.
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