quarta-feira, 21 de maio de 2014

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA UNIÃO HAMAS - AP


Após uma parada para visitar a pátria amada, volto aos leitores. 

Sobre o Brasil não quero falar. Prefiro o silêncio. 

Por 2 motivos: 

1 - Já há gente demais falando no assunto com fortes críticas ao governo atual e sua aparente complacência à inacreditável corrupção que assola o país. Críticas com as quais concordo. 

2 - A esculhambação reinante em nosso país é de tal magnitude que se torna inacreditável. Todos gritam e denunciam e todos têm razão. Só uma ressalva: o super-faturamento em obras públicas e o enriquecimento ilícito não foram inventados pelo PT.

Mas, voltemos ao que interessa nesta coluna.

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA UNIÃO HAMAS - AP

Muitos se surpreenderam com o súbito entendimento e talvez a formação de uma frente única, entre os 2 movimentos palestinos mais importante, a Autoridade Palestina e a organização islâmica, Hamas. A surpresa não é sem fundamento. 

Afinal, ao contrário da AP, o Hamas mantém, pelo menos publicamente, sua oposição à mera existência de Israel. Mas, como é comum no mundo da política internacional, nem sempre o que se diz publicamente representa a real posição da organização. 

É necessário,  principalmente no Oriente Médio, região dos bazares do “pede 100 para deixar por 10”, buscar o que está, realmente,  por trás das decisões. O caso do Hamas, que governa Gaza, é típico. Claro que sendo radicais islâmicos gostariam de fazer desaparecer o Estado que o judeus criaram na Palestina. 


Mas carecem de força e de apoio internacional afim de aplicar seus planos. Hoje, a Faixa de Gaza está em situação muito precária tanto econômica como política. Senão vejamos: Não possuem aeroporto. Israel bloqueia seu único porto marítimo. Israel continua permitindo a entrada de produtos de 1ª necessidade e remédios afim de impedir que a fome e as doenças dizimem a sua população. 

Seus túneis vindos do Sinai egípcio foram quase todos fechados pelo exército egípcio. E assim Gaza se transformou numa espécie de prisão para seus próprios habitantes. A crença absoluta em Alah, estimulada pelo Hamas, não mata a fome que vem do estômago. 

Há, naturalmente, muita instisfação popular e culpam o governo do Hamas que culpa Israel.  Dai a pergunta: o que pode fazer o Hamas? O óbvio: arrumar uma saída mesmo às custas de sua crença que Israel não tem direito à existência. 

Uma crença, aliás, absurda frente à realidade de um Estado de Israel super-potência militar e econômica regional. Enquanto em Gaza reina a miséria minorada pelas contribuições de fora, Israel prospera e sua população e renda aumentam.

Às vezes, transitando nas auto-estradas e avenidas das cidades israelenses penso que seria interessante trazer uma delegação de líderes do Hamas para um giro em Israel afim de que constatassem como é absurda a sua pretensão de fazer Israel desaparecer. 

Estes líderes verão um país desenvolvido que multiplicou por 12 a sua população desde a sua fundação, uma potência tecnológica de 1ª grandeza, com 12 (doze) Prêmios Nobel recebidos, medicina avançada e inovadora, invenções extraordinárias no campo da alta tecnologia, tendo relações diplomáticas com 157 países, inclusive China e Rússia. 

Aliado dos EUA, etc. Se “wishful thinking” (achar que o que querem terminará se concretizando) fosse uma modalidade esportiva, os palestinos ganhariam as medalhas de ouro, de prata e de bronze em qualquer Olimpíada.

Mas voltando à suposta união entre o Hamas e a AP sobre a qual fui muito perguntado no Brasil. O Hamas, simplesmente, acordou para a realidade. Quer ser conduzido pela AP à pacificação com Israel.

Mas como é que o Hamas muda de posição, sem perder a cara? Parece que encontraram o caminho: entrar pela porta dos fundos nas conversações com Israel. A princípio, dirão que continuam a se opor à existência do estado judeu. 

Aos poucos vão entrando nas negociações através da AP. Provavelmente como observadores já que não fica bem negociar diretamente com o “demônio”. Mais tarde falarão em “real politik”. E no fim, acredito, reconhecerão a realidade dos fatos que é a existência de Israel.


ANTI SEMITISMO NÃO SÓ PERSISTE. AUMENTA

Após quase 70 anos do fim de 2ª Guerra quando o anti semitismo chegou ao áuge (Holocausto) e matou mais de 6 milhões de judeus, o anti semitismo continua vivo e forte no mundo.

“Pesquisa mostra: 25% da população mundial tem idéias anti-semitas”. Esta foi a manchete do jornal Haaretz da última 2ª feira. Os detalhes são os seguintes: O país com menos preconceito é o Laos e os que mais odeiam os judeus estão na Cijordânia e Gaza, como seria de esperar.
  


Manifestantes vestindo farda da SS e portando a bandeiras da Alemanha nazista e da Grécia desfilam em Atenas em 9 de Outubro de  2012. Photo by AP

Como um câncer que resiste a qualquer tratamento, atitudes anti-semitas continuam persisitentes e estão em todo o mundo. “Mais de 1 em 4 adultos no  mundo estão profundamente afetados por atitudes anti semitas” concluiu o relatório da ADL (Anti Defamation League) americana distribuido à mídia na semana passada.

O “ADL Global 100”, um índice de anti semitismo no mundo, é feito através de perguntas a 53.100 adultos em 102 países. Nada menos de 26% manifestaram idéias anti-semitas, o que  correspondem a 1.09 bilhão de pessoas em todo o mundo.

O Diretor Geral da ADL, Abraham Foxman, declarou após a apuração dos resultados: “Pela primeira vez a enquete revelou quão persistente e difuso é o anti semitismo no mundo, hoje. Por outro lado, podemos também identificar pontos e lugares onde o anti semitismo é inexistente.

Apresentamos 11 perguntas aos pesquisados,com a possiblidade de votar “Não é verdade”. “Provavelmente, verdade” ou “verdade”. As perguntas foram do tipo: “os judeus querem dominar o mundo?  Eles são agressivos? Protegem um aos outros? São mais leais a Israel? Controlam a mídia?. A partir da resposta “provavelmente é verdade” foram considerados anti-semitas latentes ou reais.

CRÍTICAS À PESQUISA

Se bem que todos elogiaram o trabalho da ADL, alguns “entendidos” em Israel e de fora criticaram o estudo considerando-o um tanto “fora do alvo”, etc. 

A enquete, por exemplo,  dá nota altamente positiva aos países escandinavos, alguns consideraram o resultado falho. 

Alguns observadores como o rabino Abraham Cooper do Centro Wisenthal,  não concordaram com parte e deu um exemplo: A Suécia foi considerada, praticamente, “limpa” de anti semitismo (apenas 5% foram considerados anti semitas), Cooper lembra que a cidade de Malmo, aparece na lista do Wisenthal Centre (não da ADL) como “não aconselhavel visitar”. 

Observação: Malmo tem uma comunidade de apenas 700 judeus, enquanto ¼ da população da cidade de 304.000 ou 74.000 é constituída por muçulmanos.

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