Tradução(
às pressas) do artigo do israelense Shmuel Rosner publicado hoje 08/08 no New York Times
FÃS DE
ISRAEL? SÓ EM TEMPO BOM
A canção israelense “Ein Li Eretez Acheret” diz logo no começo “Não tenho
outro país, mesmo que a terra esteja em fogo”. É difícil encontrar um
israelense que não se identifique com ela. Israelenses de esquerda gostam
porque consideram-na uma canção de protesto. Foi cantada durante as
demontrações contra a Guerra do Líbano em 1982 e nas vigílias após o
assassinato de Itzhak Rabin em 1995. Israelenses de direita a interpretam como
uma canção patriótica que fala na ligação com a terra de Israel. Todos a cantavam
após ataques terroristas e a retirada de Gaza em 2005.
A canção me veio à mente ao ler a série de artigos de sábios
e especialistas que afirmam ter a guerra brutal em Gaza posto seu sionismo
em dúvida.
Esta canção me veio à mente, estes
dias, ao ler uma série de artigos de judeus que se julgam altamente
conhecedores do conflito nos quais escrevem que os ataques brutais en Gaza
fê-los duvidar de seu próprio sionismo.
O que une estes articulistas é,
naturalmente, o fato de terem outra terra. E é por isto que quando a coisa fica
feia o governo de Israel não lhe dá, nem deve dar, atenção.
Estes articulistas não são todos
da mesma fonte ideologia, mas seus
argumentos são similares. Há um lado positivo em suas críticas: todos se
preocupam com Israel. “Eu me importo com Israel pessoalmente e não de forma
abstrata” escreveu Ezra Klein no jornal
Vox. Por outro lado, se dizem desapontados, às vezes, horrorizados com um
Israel que já não gostam tanto. O colunista do NY Times, Roger Cohen,
escrevendo neste jornal, argumentou que a atual política de Israel é “uma
traição ao sionismo no qual ainda acredito”. Suas conclusões também são
similares: Eles são “menos simpatizantes” de Israel do que antes, como escreve
Jonathan Chait no New York magazine.
Como um grupo, ele são ótimo exemplo
do que Peter Beinart do “Atlantic Monthly” e “Haaretz” chamou de: “o
distanciamento dos judeus liberais americanos, especialmente, de Israel”. O
âmago dos argumentos de Beinart seria um suposto o descontetamento,
especialmente das novas gerações, que estaria fazendo com que menos e menos
judeus liberais se identifiquem como sionistas” devido à política infexível de
Israel. Esta é uma teoria frágil que ainda não foi confirmada pelo passar do
tempo. Mas, não há dúvida que muitos liberais sentem-se, estes dias, menos
confortáveis com Israel.
Estas teorias, se confirmadas, podem
custar caro a Israel já que o apoio americano é muitíssimo importantes para
Israel. Por outro lado, é preciso lembrar que Israel sobreviveu e progrediu
mesmo com um apoio americano menos forte. Eu suponho, porém, que a motivação
destes grupos é diferente. O que preocupa estes judeus é não ser prejudicados
pelas ações de Israel e/ou os ou os ponha numa situação difícil.Ou ainda,
estão tentando descarregar sua consciência já que se sentem também
responsáveis.
Eles parecem acreditar que o risco de
perder o seu apoio pode fazer com que Israel altere sua política. Esta é uma
teoria falsa. Eles pensam, por ser judeus, serem bons juízes das ações
israelenses o que é, absolutamente, uma fantasia e uma fraca absorção da
realidade sob a qual Israel opera. Para colocar de forma franca. Estes judeus
podem ser importantes mas não ao ponto de convencer os israelenses a adotar
uma posição que ponha suas vidas em risco.
E aqui quero ser claro: acredito que
o relacionamento de Israel com os judeus do mundo é de suma importância. É crucial.
Eu mesmo dediquei grande parte de minha carreira jornalística pensando e
abordando este tópico. Eu me vejo, constantemente, explicando aos israelenses
como é importante levar em consideração a opinião de judeus liberais em
assuntos de conversão, liberdade das mulheres de rezar em qualquer lugar
frente ao Muro, casaento civil, etc. Mas, não consigo ver israelenses
facilitar no que diz respeito à sua segurança afim de acomodar as
sensibilidades de pessoas que vivem longe daqui.
Claro que nem todos as decisões do
governo israelense obrigam o judeus de fora a apoiá-las. Governos de Israel,
porém, têm se mostrado suceptíveis de persuasão. O uso de ameaças de retirada
de apoio ou erosão de suporte é uma péssima tática que não funcionará e
poderá até prejudicar qualquer tentativa de persuasão efetiva.
Israelenses, como outros povos
prefere ouvir aqueles que têm seus melhores interesses conjugados com o seu
país. Mas, é esta a realidade da atual situação?
Se todos o judeus são uma família,
seria natural esperar um amor incondicional dos judeus de fora. Se os judeus
não são uma família e o apoio destes irmãos pode ser retirado, Israel não
pode nem deve dedicar especial atenção às queixas de judeus não-israelenses.
Além disso, a ameaça destes judeus
liberais de se distanciar Israel é sem fundamento. Judeus de outras
nacionalidades são livres para tomar
decisões e podem decidir se afastar do maior empreendimento do povo judeu dos
últimos 2.000 anos. Apoiar Israe, ou
não, não é como mudar de Nova York, onde torcem pelos Yankees, para Boston e
passar a torcer pelo Red Sox. E assim, se eles querem apoiar um estado judeu,
não há substituto para Israel. Se acreditam que há necessidade de soberania
judaica em algum lugar. Israel é sua única opção mesmo em fogo como estes
dias.
Está claro que estes críticos do
comportamento de Israel acreditam que os israelenses estariam mais seguros se
o país adotasse sua prescrição liberal. Pode até ser verdade. Mas, não faz diferença.
Em questões de vida ou morte só os israelenses
tomarão as decisões. Se, com isto eles perderem o apoio de alguns liberais, assim
seja.
Israel terá que aprender a sobreviver
sem este apoio estou certo que
conseguirão.
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