sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Tradução( às pressas) do artigo do israelense Shmuel Rosner publicado hoje 08/08 no New York Times

FÃS DE ISRAEL? SÓ EM TEMPO BOM

A canção israelense “Ein Li Eretez Acheret” diz logo no começo “Não tenho outro país, mesmo que a terra esteja em fogo”. É difícil encontrar um israelense que não se identifique com ela. Israelenses de esquerda gostam porque consideram-na uma canção de protesto. Foi cantada durante as demontrações contra a Guerra do Líbano em 1982 e nas vigílias após o assassinato de Itzhak Rabin em 1995. Israelenses de direita a interpretam como uma canção patriótica que fala na ligação com a terra de Israel. Todos a cantavam após ataques terroristas e a retirada de Gaza em 2005.
A canção me veio à mente ao ler a série de artigos de sábios
e especialistas que afirmam ter a guerra brutal em Gaza posto seu sionismo em dúvida.
Esta canção me veio à mente, estes dias, ao ler uma série de artigos de judeus que se julgam altamente conhecedores do conflito nos quais escrevem que os ataques brutais en Gaza fê-los duvidar de seu próprio sionismo.
O que une estes articulistas é, naturalmente, o fato de terem outra terra. E é por isto que quando a coisa fica feia o governo de Israel não lhe dá, nem deve dar, atenção.
Estes articulistas não são todos da  mesma fonte ideologia, mas seus argumentos são similares. Há um lado positivo em suas críticas: todos se preocupam com Israel. “Eu me importo com Israel pessoalmente e não de forma abstrata” escreveu  Ezra Klein no jornal Vox. Por outro lado, se dizem desapontados, às vezes, horrorizados com um Israel que já não gostam tanto. O colunista do NY Times, Roger Cohen, escrevendo neste jornal, argumentou que a atual política de Israel é “uma traição ao sionismo no qual ainda acredito”. Suas conclusões também são similares: Eles são “menos simpatizantes” de Israel do que antes, como escreve Jonathan Chait no New  York magazine.
Como um grupo, ele são ótimo exemplo do que Peter Beinart do “Atlantic Monthly” e “Haaretz” chamou de: “o distanciamento dos judeus liberais americanos, especialmente, de Israel”. O âmago dos argumentos de Beinart seria um suposto o descontetamento, especialmente das novas gerações, que estaria fazendo com que menos e menos judeus liberais se identifiquem como sionistas” devido à política infexível de Israel. Esta é uma teoria frágil que ainda não foi confirmada pelo passar do tempo. Mas, não há dúvida que muitos liberais sentem-se, estes dias, menos confortáveis com Israel. 
Estas teorias, se confirmadas, podem custar caro a Israel já que o apoio americano é muitíssimo importantes para Israel. Por outro lado, é preciso lembrar que Israel sobreviveu e progrediu mesmo com um apoio americano menos forte. Eu suponho, porém, que a motivação destes grupos é diferente. O que preocupa estes judeus é não ser prejudicados pelas ações de Israel e/ou os ou os ponha numa situação difícil.Ou ainda, estão tentando descarregar sua consciência já que se sentem também responsáveis.
Eles parecem acreditar que o risco de perder o seu apoio pode fazer com que Israel altere sua política. Esta é uma teoria falsa. Eles pensam, por ser judeus, serem bons juízes das ações israelenses o que é, absolutamente, uma fantasia e uma fraca absorção da realidade sob a qual Israel opera. Para colocar de forma franca. Estes judeus podem ser importantes mas não ao ponto de convencer os israelenses a adotar uma posição que ponha suas vidas em risco.
E aqui quero ser claro: acredito que o relacionamento de Israel com os judeus do mundo é de suma importância. É crucial. Eu mesmo dediquei grande parte de minha carreira jornalística pensando e abordando este tópico. Eu me vejo, constantemente, explicando aos israelenses como é importante levar em consideração a opinião de judeus liberais em assuntos de conversão, liberdade das mulheres de rezar em qualquer lugar frente ao Muro, casaento civil, etc. Mas, não consigo ver israelenses facilitar no que diz respeito à sua segurança afim de acomodar as sensibilidades de pessoas que vivem longe daqui.
Claro que nem todos as decisões do governo israelense obrigam o judeus de fora a apoiá-las. Governos de Israel, porém, têm se mostrado suceptíveis de persuasão. O uso de ameaças de retirada de apoio ou erosão de suporte é uma péssima tática que não funcionará e poderá até prejudicar qualquer tentativa de persuasão efetiva. 
Israelenses, como outros povos prefere ouvir aqueles que têm seus melhores interesses conjugados com o seu país. Mas, é esta a realidade da atual situação?
Se todos o judeus são uma família, seria natural esperar um amor incondicional dos judeus de fora. Se os judeus não são uma família e o apoio destes irmãos pode ser retirado, Israel não pode nem deve dedicar especial atenção às queixas de judeus não-israelenses.
Além disso, a ameaça destes judeus liberais de se distanciar Israel é sem fundamento. Judeus de outras nacionalidades são  livres para tomar decisões e podem decidir se afastar do maior empreendimento do povo judeu dos últimos 2.000 anos.  Apoiar Israe, ou não, não é como mudar de Nova York, onde torcem pelos Yankees, para Boston e passar a torcer pelo Red Sox. E assim, se eles querem apoiar um estado judeu, não há substituto para Israel. Se acreditam que há necessidade de soberania judaica em algum lugar. Israel é sua única opção mesmo em fogo como estes dias.
Está claro que estes críticos do comportamento de Israel acreditam que os israelenses estariam mais seguros se o país adotasse sua prescrição liberal. Pode até ser verdade. Mas, não faz diferença.
Em questões de vida ou morte só os israelenses tomarão as decisões. Se, com isto eles perderem o apoio de alguns liberais, assim seja.
Israel terá que aprender a sobreviver sem este apoio  estou certo que conseguirão.
   



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